Terço do Dia 13 de Maio 2025

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Jesus experimentou a solidão e a traição. Os seus amigos não são capazes de acompanhá-lo na sua agonia, e deixam-no sozinho. Sente também o abandono do Pai. Abraçando a sua noite, Jesus une-se às nossas. Hoje o mundo necessita de uma nova solidariedade universal, que nos permita construir o amanhã sobre novas prioridades. Não é o momento de nos dobrarmos sobre nós mesmos, mas sim de estender a mão ao outro e caminhar juntos. Jesus mostra-nos o caminho a seguir: abandonarmo-nos nas mãos do Pai, e vencer o mal com o bem. Jesus, tu que experimentaste a dor do abandono dos teus amigos, põe os olhos nos nossos corações que tantas vezes se sentem dececionados e traídos por aqueles de quem esperamos receber amor. Ensina-nos a unir a nossa dor à Tua, para que possamos responder contigo e como Tu: confiando em Deus, nosso Pai.

A Jesus dói mais a indiferença do que os golpes dos seus verdugos. No pátio onde o flagelam alguns olham curiosos, outros distraídos ou aborrecidos. Não os comove o espetáculo do sangue derramado. Não se sentem culpados nem responsáveis por esse sangue. De forma semelhante, também nós nos acostumamos a ver nas notícias imagens que se transformam em números frios de pessoas imigrantes ou refugiadas, famílias que se encontram na mais absoluta precariedade, e já não nos comovemos. São números anônimos, sem rosto e sem nome para nós. Que Deus converta o nosso coração cada vez que somos insensíveis à dor dos nossos irmãos. Mãe das dores, tu que recolhes o Sangue de Jesus e lhe dás ânimo para que cumpra a vontade de seu Pai, continua a derramar toda a tua ternura aos nossos irmãos que são vítimas de abusos e de violência. Ensina-nos a reconhecer Jesus neles, e a não cairmos na loucura cega da indiferença.

Jesus suporta a humilhação com paciência e domínio. “Ninguém me tira a vida; sou eu quem a dá livremente”. Busca o olhar dos que o troçam, para se encontrar com eles. Interiormente abraça-os e oferece-se por cada um. Todo o ódio do mundo se lança sobre o seu coração, e só consegue obter uma resposta de puro amor. A pandemia agravou todas as crises, e isso pode tirar o melhor ou o pior de nós mesmos. Não é a hora do egoísmo, das divisões nem da indiferença. É o momento de nos darmos conta de que avançamos na mesma tempestade, todos frágeis e desorientados; mas, ao mesmo tempo, importantes e necessários, com alguma coisa a oferecer. Senhor Jesus, tu que soubeste aguentar a dor sem condenar, ajuda-nos a viver este tempo com compreensão para com os nossos irmãos. A pandemia colocou-nos em lugares que não esperávamos e a nossa fragilidade apresentou-se com rostos novos. Senhor, na tua atitude diante da humilhação, descobrimos o caminho a seguir.

Jesus deixou-se ajudar por Cireneu para carregar a sua Cruz. Simão de Cirene encontrou-se de repente sob um peso que sentia que não era seu, profundamente contrariado por ter que mudar de rota naquele dia. A caminho do Calvário, foi intuindo que a carga que levava, na realidade, pertencia-lhe, e que ao carregá-la recebia infinitamente mais do que o que dava. Jesus, Tu que a caminho do Calvário foste ajudado por Simão de Cirene, ajuda-nos a reconhecer-te em todos os que sofrem, nos condenados pela

justiça humana, nos descartados pela sociedade, nos que sofrem violência e injustiça. Que sintamos as suas cargas como nossas, e que saibamos que temos a responsabilidade de ajudá-los a carregá-las.

“O Senhor interpela-nos e, no meio da nossa tempestade, convida-nos a despertar e ativar a solidariedade e a esperança, capazes de dar solidez, apoio e significado a estas horas em que tudo parece naufragar. O Senhor desperta, para acordar e reanimar a nossa fé pascal. Temos uma âncora: na sua cruz, fomos salvos. Temos um leme: na sua cruz, fomos resgatados. Temos uma esperança: na sua cruz, fomos curados e abraçados, para que nada e ninguém nos separe do seu amor redentor.” Mãe, tu que estiveste ao pé da Cruz e acompanhaste Jesus no seu último suspiro; faz-te presente hoje nos leitos dos moribundos, das famílias que não podem acompanhá-los, dos que sentem a sua fé colocada à prova. Toma-os pela mão como fizeste com São João, para que aprendamos a esperar e a caminhar contigo.

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